Doença de Peyronie

Doença de Peyronie 


O que é?

A Doença de Peyronie se caracteriza por um encurvamento do pênis adquirido num determinado momento da vida. É diferente do pênis curvo congênito, onde a curvatura peniana já existe desde o nascimento e se acentua com o desenvolvimento e crescimento do pênis na adolescência.

Na Doença de Peyronie, o pênis pode sofrer uma curvatura para os lados, para cima ou para baixo. Em alguns casos mais complexos, a curvatura pode ser mista, com mais de uma direção. Em alguns homens observamos também afilamento (redução da espessura) em algum segmento do pênis.

A Doença de Peyronie é mais comum após os 50 anos de idade. Atinge cerca de 5 a 10% dos homens nessa faixa etária, com maior prevalência naqueles com diabetes. Doença de Dupuytren, e traumatismos penianos prévios podem estar associados a um risco maior de aparecimento da doença. Alguns trabalhos sugerem que microtraumatismos provocados durante o ato sexual também podem contribuir.

A curvatura peniana ocorre devido à formação de placas de fibrose na túnica albugínea - uma das camadas de proteção do corpo cavernoso. Não está muito claro a razão e as causas para que a formação dessas placas de fibrose ocorram. Quanto maior a curvatura, mais grave é a doença, pois mais difícil se torna a atividade sexual e a associação com disfunção erétil aumenta. 

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Sintomas e Diagnóstico da Doença de Peyronie

A Doença de Peyronie costuma apresentar duas fases. Na fase aguda, mais inicial, 90% dos pacientes apresentam dor no momento da ereção e começam a observar o aparecimento e o aumento progressivo da curvatura peniana. Essa fase pode durar de 6 até 18 meses. Na fase crônica, a dor já não acompanha a ereção e a curvatura já está estável e a deformidade presente de forma definitiva. Pode-se palpar a placa de fibrose peniana: 80% dos casos ela é lateral ou dorsal.

Tanto para o paciente, como para a parceira, o ato sexual se torna dificultoso, causando muitas vezes dor, (inclusive para a parceira), constragimento, insafisfação e sofrimento. De 50 a 70% dos pacientes apresentam disfunção erétil associada. E em alguns casos, quadros de baixa auto-estima e depressão precisam ser avaliados e tratados.

Os três principais fatores de gravidade da doença são: (1) grau de curvatura, (2) associação com disfunção erétil e (3) estabilidade do quadro clínico. Curvaturas pequenas são aquelas de até 30 graus (40% dos pacientes); moderadas de 31 a 60 graus (40 % dos pacientes) e graves com mais de 60 graus de angulação (20% dos pacientes).

O diagnóstico da Doença de Peyronie é baseado na história clínica, presença e duração dos sintomas e estabilidade da curvatura peniana. 

Muitos urologistas solicitam aos pacientes o registro fotográfico do pênis em ereção. Porém trata-se um dado subjetivo e pouco detalhado que pode levar a erros diagnósticos. 

Todos os pacientes com suspeita de Doença de Peyronie  devem realizar a ultrassonografia peniana com Doppler com teste de ereção fármaco induzida. Trata-se de uma exame de ultassom do pênis, realizado após a injeção de uma medicação que estimula uma ereção peniana. Através desse exame, podemos verificar todas de forma detalhada todas as alterações provocadas pela doença: medida de cumprimento e circunferência peniana, ângulo e direção da curvatura, presença de instabilidade axial do pênis, presença de estreitamento segmentar peniano, grau de tumescência e potência de ereção, com a análise do fluxo arterial e venoso, reunindo-se, assim, todas as informações necessárias para indicação do melhor mais adequado tratamento, para cada paciente individualmente.

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Existe tratamento?

O tratamento da Doença de Peyronie deve ser multimodal. Ou seja, devemos oferecer aos pacientes (1) opções de tratamento medicamentoso para estabilização da doença e controle da dor; (2) suporte psicológico através da Terapia Sexual e (3) correção cirúrgica para pacientes com deformidades complexas, ou sem resposta ao tratamento clínico inicial. 


O tratamento clínico ainda tem resultados controversos quanto a eficácia de muitas medicações. Atualmente, as mais utilizadas são paraminobenzoato de potássio e gel de veparamil 15%. Outras opções são as injeções intralesionais de interferon e colagenase de clostridium histolyticum e o uso de terapia de ondas de choque principalmente para alívio de dor.


Existem diversas técnicas para correção cirúrgica das deformidades causadas pela Doença de Peyronie. Das mais simples, chamadas plicaturas ou cirurgia de Nesbitt, até as mais complexas como reconstrução geométrica de Egydio, SLINDING e MUST. É importante consultar um especialista em Medicina Sexual para uma correta avaliação e indicação do melhor tratamento.


Finalmente, não podemos nos esquecer da associação de Peyronie com disfunção erétil, que varia de 30 a 70% dos pacientes. De acordo com o grau de disfunção erétil e baseados nos dados de uma boa e detalhada ultrassonografia peniana com Doppler, podemos identificar os pacientes que necessitarão da colocação de próteses penianas como parte do tratamento da Doença de Peyronie.

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